GRID ZERO

São sistemas que possibilitam a geração de energia para atender ao consumo local, sem que haja a necessidade de injetar energia na rede elétrica por parte da unidade consumidora-geradora. Ou seja, mesmo que seja produzido um excedente, ele não vai para a rede elétrica de distribuição.

Economicamente falando, esta tem sido a estratégia mais viável para consumidores do mercado livre que desejam implantar suas próprias usinas solares fotovoltaicas no local de consumo.

Como funciona o Grid Zero?

O Grid Zero funciona através de um sistema de monitoramento e controle que ajusta a quantidade de energia gerada pelo sistema fotovoltaico. Este ajuste é feito em tempo real, com base no consumo de energia da unidade consumidora.

O objetivo é equilibrar a geração e o consumo de energia, evitando a injeção de energia excedente na rede elétrica.

É fundamental entender que a estratégia de Grid Zero Energia Solar é aplicável apenas a sistemas fotovoltaicos que estão efetivamente ligados à rede elétrica (On grid). Um sistema fotovoltaico que visa utilizar o Grid Zero basicamente é constituído por um inversor fotovoltaico, medidor bidirecional de energia (Smart Meter), transformadores de corrente e um dispositivo de comunicação para o controle de exportação.

O Gráfico abaixo representa um exemplo de relação Consumo x Geração durante o dia. Quando a geração de energia produzida pelo sistema fotovoltaico excede o consumo, o inversor ceifa parte da energia produzida para não ocorrer a injeção na rede da concessionária.

Portanto é de extrema importância avaliar o comportamento do consumo de energia diária para dimensionar a capacidade do sistema de geração.

Por que implantar o Grid Zero ?

Esse sistema é muito interessante, por exemplo, no modelo de autoprodução local onde não é possível o aumento de demanda para instalar a usina solar junto a concessionária de distribuição. Essa é uma forma de suprir a necessidade energética, sem precisar realizar mudanças nos contratos firmados com a concessionária de energia elétrica.

Essa estrutura tem se apresentado mais eficiente em obter maior retorno financeiro sobre a implantação da geração de energia, uma vez que se trata de uma opção totalmente livre de encargos setoriais, encargos CCEE, impostos e tarifas na proporção da energia gerada-consumida.O Grid Zero se apresenta como uma solução extremamente versátil e pode ser aplicado em outros cenários como por exemplo:

Trazendo para um exemplo numérico, temos: o sistema fotovoltaico em questão está produzindo 500 kW e um autoconsumo da unidade consumidora é de 400 kW, logo, teríamos 100 kW de excedente para a rede da concessionária, porém, como o objetivo do zero grid é não mandar nenhum excedente para a rede, o Smart Meter vai enviar as informações para o inversor de quanto a unidade consumidora está consumindo instantaneamente e este inversor irá ajustar a sua potência de saída para operar nas condições de consumo local, ou seja, ele irá ajustar a sua potência de saída para trabalhar em condições de 400 kW, para a unidade consumidora, e não 500 kW “disponíveis”.

Considerando um caso assim em que realmente não haja possibilidade de conexão, existem algumas soluções para interligação do sistema FV mesmo com essa limitação, sendo uma delas a redução da taxa de potência na rede. Para esta solução podemos atrelar a estratégia com o grid zero ou ainda limitação de potência, evitando qualquer desbalanceamento de injeção e consumo de energia entre a rede elétrica e a unidade consumidora, respectivamente.

Aplicações do sistema grid zero

Áreas com Restrições de aumento de demanda para novas cargas: O Grid Zero pode ser uma solução eficaz para complementar sistemas ON GRID já existentes em projetos de médio e grande porte onde a distribuidoras de energia não consigam aumentar a demanda existente ou o custo de melhoria do sistema seja muito alto para este aumento de carga.

– Redução de contratos do Mercado livre, O sistema Grid Zero Fotovoltaico permite aos consumidores reduzir seus contratos com fornecedores de energia ao instalar geradores que atendem parte da demanda energética.

– Risco de racionamento de energia: A autoprodução de energia pode ser um fator mitigante contra riscos de racionamento de energia que ocorrem de tempos em tempos no Brasil.

– Economia na conta de luz, pois o consumidor pode reduzir sua compra de energia no mercado livre;

– Autoconsumo, Para abastecimento de centrais de ar-condicionado.

– No agronegócio e na indústria, em aplicações diversas, evitando a necessidade de alterar contratos junto à concessionária.

– Redução de investimentos em adequações na subestação entrada, pois como é homologado como “gerador em paralelismo permanente”, necessita de menor investimento em proteção (sistema este, que deve sim ser regularizado junto à distribuidora);

– Sustentabilidade, pois o consumidor irá utilizar fonte renovável de energia;

– Flexibilidade, pois o consumidor pode dimensionar o sistema em grid zero conforme sua demanda e suas necessidades.

– Atuar em áreas com restrição de injeção na rede, em áreas com restrição de injeção na rede, os sistemas grid zero, podem ser uma solução.

Em síntese, o sistema grid zero não usa baterias e, embora seja conectado à concessionária, não injeta energia na rede pública. Além disso, permite ao usuário autonomia sobre a geração e é indicado, principalmente, para usos empresariais.

Futuro 

Com o avanço da tecnologia e a crescente necessidade de fontes de energia renováveis, o Grid Zero tem um futuro promissor. Ele não apenas ajuda a otimizar o uso da energia solar, mas também contribui para a sustentabilidade e eficiência energética. À medida que mais pessoas adotam essa estratégia, é provável que vejamos melhorias contínuas e novas inovações na área. Pensando de forma estratégica, ele também prepara a empresa para futuros riscos de racionamento em caso de falta de chuvas.

O Grid Zero é mais do que um simples termo da moda; é uma estratégia eficaz que oferece uma série de benefícios, desde a economia na conta de luz até a contribuição para um futuro mais sustentável.